Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos e candidata à presidência, enfrenta uma dura batalha contra o ex-presidente Donald Trump nos seis estados-chave que decidirão a eleição de novembro. Trump lidera Harris por margens variadas em Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin, de acordo com as médias das sondagens da The Hill e Decision Desk HQ (DDHQ).
Com a decisão do presidente Joe Biden de não buscar a reeleição e seu apoio à candidatura de Harris, os democratas ganharam uma nova esperança. No entanto, a transição na liderança ainda não mostrou uma mudança clara nas sondagens, e Harris deve enfrentar desafios substanciais nos estados decisivos.
Arizona
Trump lidera Harris por 7,2 pontos em Arizona, uma margem maior do que a que tinha sobre Biden. Este estado tem uma baixa concentração de eleitores negros, o que pode ser uma desvantagem para Harris, cuja candidatura histórica não parece estar a fazer diferença significativa até agora.
Geórgia
Trump lidera Harris por 4,6 pontos na média da The Hill/DDHQ, uma ligeira vantagem em comparação com a liderança que tinha sobre Biden. A Geórgia tem a maior proporção de eleitores negros entre os estados decisivos, o que poderia favorecer Harris. No entanto, as sondagens mostram que a diferença de apoio entre Harris e Biden entre eleitores negros é modesta.
Michigan
Em Michigan, Trump lidera Harris por 2,2 pontos, a mesma margem que tinha sobre Biden. A questão israelense-palestiniana é especialmente relevante neste estado devido à alta concentração de americanos árabes. Harris tem sido mais simpática à causa palestiniana do que Biden, o que poderia influenciar alguns eleitores.
Nevada
Trump lidera Harris por mais de 8 pontos em Nevada. Com quase 30% da população sendo latina, Harris pode ter uma oportunidade de recuperar terreno. A sua campanha destaca que ela é mais popular entre latinos indecisos e independentes do que Trump.
Pensilvânia
Na Pensilvânia, Trump tem uma vantagem de cerca de 4 pontos sobre Harris. O estado, com 19 votos eleitorais, é o maior dos estados decisivos. A equipe de Harris espera que sua forte defesa dos direitos reprodutivos a ajude a conquistar eleitoras nos subúrbios de Filadélfia e aumentar a participação negra em Filadélfia e Pittsburgh.
Wisconsin
Wisconsin é considerado um dos estados mais disputados. Trump lidera Harris por menos de 2 pontos, uma margem semelhante à que tinha sobre Biden. Harris fez sua primeira aparição de campanha após a saída de Biden na área de Milwaukee, um movimento estratégico para fortalecer seu apoio.
David Axelrod, estrategista democrata, descreveu Trump como um “favorito substancial” contra Harris, enquanto James Carville, outro estrategista de alto perfil, reconheceu a força inicial de Harris, mas ressaltou que a campanha será difícil. A resposta inicial do público à candidatura de Harris tem sido mista, com excitação moderada por um realismo sobre os desafios.
Jen O’Malley Dillon, chefe da campanha de Harris, argumenta que Harris tem uma vantagem sobre Trump entre eleitores latinos indecisos, independentes e de terceiros partidos, com base em sondagens iniciais de Nevada.
A eleição de 2020 viu Biden vencer muitos destes estados por margens estreitas. A situação atual, no entanto, é complicada pela saída de Biden e a incerteza sobre como Harris será recebida como a principal candidata democrata.
Kamala Harris enfrenta uma tarefa árdua para derrotar Donald Trump nos estados decisivos. A campanha terá que mobilizar eleitores negros e latinos, fortalecer seu apelo entre independentes e mulheres suburbanas, e explorar todas as oportunidades para diminuir a vantagem de Trump. Com a corrida ainda em sua fase inicial, muitos desdobramentos podem mudar o panorama até novembro.